domingo, 18 de julho de 2010

Jesus de óculos?




Faz de conta que usasse óculos...






Minha sogra esqueceu os óculos aqui em casa.
Eu, claro, peguei para experimentar... desde pequeno que tenho fascínio por ter que usar óculos...!


Vê se pode...?


Não tenho apresentado problemas muito flagrantes de vista, mas de uns anos pra cá meu olhar tem desbotado, natural, a gente desgasta ele na luz fria do computador, na luz difusa da sala, no cáustico do sol, no desbotamento da vida cotidiana.


Experimentei.
Mas não vi nada, graus muitíssimo fortes. Dor na vista.


Daí peguei a fotográfica e me retratei, de óculos.
Realizando um sonho de infância, um sonho meio aloprado.


Ao me ver no cristal da máquina, não é que me reconheci real?...
Aquele retrato me pareceu, de modo estranho, um desdobramento natural e muito próximo de tudo o que tenho vivido interiormente. Ficou-me a impressão de que óculos são uma manifestação concreta de um conjunto de amadurecimentos que me têm perseguido nos últimos tempos.


De modo que representariam um marco de personalidade na passagem recente de meus 27 invernos, como se assim, portado deles, passasse a vivenciar uma nova etapa de uma intelectualidade aprofundada, uma deficiência visual em contraste com a necessidade de aprofundamento da minha retina nas coisas a que me debruço.


Será que são?
Será que não?


Será que sim?...


Bom, em todo caso, vou ver se marco um oftalmologista para avaliar meu olhar, tão estranho a mim neste mundo onde espelhos são cada um de meus amigos e inimigos quando se reluzem em mim. Meus reflexos têm aparentado tão astigmáticos ultimamente...


E, se me recomendarem o uso deles, meus sonhos de infância - eis na foto como talvez fique daqui pra frente!... =)