quinta-feira, 20 de maio de 2010

Minhas experiências com as drogas

Neste tópico, irei abordar as minhas experiências no mundo das drogas.

(...)

Bem, como não tive nenhuma, o texto acaba por aqui mesmo.

Ah, não sei se conta, mas uma vez tentei experimentar café, e quase passei mal.
Ainda que estivesse bem diluído em leite, meu organismo rejeitou.

E também em minha juventude eu escutava muito pagode, tipo Molejo, essas coisas. Mas graças ao apoio de minha família e muita fé na vida, consegui superar o vício.


(Este é um tópico experimental)

=)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Porto Alegre

Então...
Acabou que por meio de um amigo recente nosso - o Beto Grillo, de Nova Friburgo - e também por causa das relações que se estabeleceram na Conferência de Cultura em Brasília, o Em Nós acabou tendo a oportunidade de ser convidado a participar do "7º Encontro de Articuladores da Rede Brasileira de Teatro de Rua", na cidade de Canoas, próximo a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Como representantes do estado do Rio de Janeiro, pela lista que a Fernanda (do Grupo Mototóti, anfitrião do evento) nos enviou, constavam os seguintes nomes: Beto Grillo, da Cia Errantes Brincantes, de Nova Friburgo; Licko Turle do Instituto Tá na Rua, nosso camarada do Rio / Lapa; e Jô e eu, pela modesta Companhia Artística Em Nós. Conseguimos, com isso, integrar o número de convidados que teriam toda as despesas com hospedagem e alimentação bancadas pelo evento, que seguiu do dia 30 de abril ao dia 6 de maio.

Bom, mesmo com toda esta facilidade, que muito nos honrou, ainda assim faltava quitar um detalhe que nos parecia simples a princípio: comprar as passagens aéreas.

Como não teríamos a mínima condição de comprá-las por conta própria, desatamos a articular parcerias com empresas e secretarias que eventualmente nos servem quando temos projetos a realizar. Apoio Cultural.

Encaminhamos ofícios a umas 15 empresas mais próximas, explicando a importância de nossa participação neste encontro. Oferecemos opções de colaboração que iam de R$200 até míseros R$30, para que todos pudessem ajudar. Além disso, depositamos nossas maiores esperanças em duas secretarias que sempre nos serviram em nossas empreitadas: a de Meio Ambiente e a de Turismo e Cultura. Caso essas duas nos servissem, o resto seria apenas complemento, e não precisaríamos ficar tão descabelados pensando em como iríamos voltar do sul...

Estabelecemos ainda uma parceria importante com o Jornal Estado em Notícias, outro grande parceiro desde nosso surgimento, sempre veiculando nossas aventuranças pelo mundo da cultura... Escrevemos uma matéria para sair no sábado de nossa ida, fazendo um apelo para que quem pudesse  nos ajudar fizesse suas contribuições enquanto estivéssemos por lá, pois estávamos indo só com a passagem de ida paga, e nos faltaria a de volta.

Após algumas noites angustiadas e pesquisas atrás de pesquisas por melhores preços dos aviões nos dias derradeiros (comprar passagem aérea é igual bolsa de valores, o tempo todo muda, de acordo com a disponibilidade de assentos e a proximidade da data do vôo), enfim atravessamos um último dia realmente estressante que acabou culminando com umas três ligações para os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim,  uma profunda reflexão em família junto a meus pais e a Josiane, lá em casa, um pouco de emoção aflorada e, enfim, um boa noite aliviado por saber que tentamos até o fim.

O corpo estava muito cansado, somatizado de tantas decepções, buscando entender o que nos fez parar uma oportunidade tão única.

...

No decorrer da semana, mais uma missão dolorosa: explicar, a todos que nos encontravam e vibravam por nossa ida, que não pudemos ir de fato. Explicar que a matéria saiu mas que não tínhamos conseguido arrecadar tudo o que precisávamos. Explicar que infelizmente é assim que acontece, que vamos esperar outras oportunidades.

Tentar entender o porque de termos recebido total apoio de uma secretaria de meio ambiente, que prontamente nos atendeu em nossa solicitação, e nem ao menos uma resposta de "não podemos desta vez" da secretaria de turismo e cultura, que deveria ser a principal interessada em mais esta conquista da Companhia.

Alguns especuladores próximos diziam que: "Claro, o Em Nós está empreendendo esse movimento pela criação da Secretaria de Cultura autônoma em Cachoeiras, é lógico que eles não iam te apoiar, pois vocês estão indo contra eles!..."

Não sei se esse foi o motivo.

Mas confesso que acho estranho tal argumento.
Por acaso então vibrar com a possibilidade de uma gestão pública de cultura mais focada em interesses culturais - e não destroçada em meio a turismos, indústrias, comércios e toda sorte de pastas agregadas como atualmente se vigora - por acaso isso é ir contra essa mesma gestão?

Como eu, e qualquer outra liderança cultural ou artista de profissão, posso pensar que uma mudança neste nível não seria benéfica a todos que vivem ou apreciam a cultura neste município?

Como um gestor público de cultura, que batalhou a vida inteira por melhores condições para a nossa Cultura local, poderia cogitar a possibilidade de que isso seria ruim para o município? De que um movimento como este estaria indo "contra" a gestão do jeito que está hoje em dia?

Será que estamos tratando mesmo de uma questão de órgão PÚBLICO, ou estamos apenas disfarçando de "público" uma gestão que é tocada como coisa privada??...

Pois se fosse encarada como coisa pública, certamente a possibilidade real da criação de uma secretaria autônoma, com um orçamento próprio, só para fazer Cultura, seria um passo importante para a cidade. Qualquer pessoa enxerga isso. Isso é dito e defendido em todas as esferas de atuação: municípios, estados e federação têm este objetivo, e trabalham no sentido de amadurecer neste caminho.

Por qual motivo nós, que trabalhamos por cultura na cidade, através do Em Nós, poderíamos sofrer algum tipo de boicote por mobilizarmos o movimento artístico em prol desta conquista? Será que a ideia é tão ruim assim? Ou são as regalias individuais, conchavos políticos, conveniências arcaicas e disputas de poder que estão em jogo?...

...

Para aqueles que não se importam e acham que está tudo muito bem, ou para os que simplesmente acham que o que está feito, está feito e não se muda, deixo o seguinte recado: não se iludam.

Quando temos a oportunidade de conhecer outras realidades, de outros lugares, e vemos que as coisas podem ser feitas de formas diferentes das quais estamos acostumados, um universo se abre à nossa frente e vemos com maior clareza o quanto estamos sendo vítimas de interesses que muitas vezes desconhecemos - e que, acreditem, passam muito além da cultura e das artes. Os sinistros meandros da política incluem questões financeiras pesadas, garantias de cargos comissionados, pressões partidárias e todo tipo de vetores excusos.

Aqueles que se atrevem a questionar as estruturas estabelecidas, como eu tenho feito, e muitos outros colegas o fazem ou já o fizeram em outras épocas, são cuidadosamente tratados como "inimigos públicos" ou "inimigos do governo" pelos maquiavélicos políticos disfarçados de gestores culturais que se nos apresentam ano a ano. Transformam cada um de nós em pequenos "monstros" que estão ameaçando a soberania da paz na gestão pública de cultura... e pouco a pouco, através do menosprezo, da desqualificação em pronunciamentos públicos e em matérias de jornal, consolidam um quadro horripilante de nós, forçando a Opinião Pública a nos odiar.

Incapazes de administrar a diferença de opiniões, fruto do confronto de ideias entre o governo e a sociedade civil, preferem nos esmagar - ou o que é pior: às vezes nos convidam a trabalhar em suas secretarias, como forma de calar nossa boca e nos encaixar em seus mecanismos de manipulação perpétua. Como diria o ditado: "Inimigo bom é inimigo por perto, porque é mais fácil de vigiar".

...

Bom, gente, desculpe o desabafo, vocês não têm nada a ver com isso.
Mas eu tenho, e preciso pôr para fora.

O que acontece por aí pouca gente tem noção, e quem tem alguma noção do que de fato acontece nos bastidores, deve multiplicar, provocar, questionar, refletir e promover mudanças.

Minha vida é curta, sou visionário e não posso passar por ela sem colorir cores diferentes.

Obrigado a todos pela companhia. =)

Um dia eu canso e não volto mais a lutar. Alguém aí faz favor de dar seqüencia, heim! rsrs