quinta-feira, 17 de junho de 2010

Micropoesia de inverno



O Deus Sol nasce lentamente,
rompendo o véu sombrio desta escuridão fria,
densa,
européia...

Bem vindo, Inverno, senhor
das mais completas realizações!

Seja feita de raios polares
nossa imensa coroa de sóis!...




Wellington, 16 de junho
Em comemoração a Yule, o Solstício de Inverno.



sexta-feira, 4 de junho de 2010

A escultura da Maçonaria

A última que ouvi de interessante na cidade é a de que um grupo de religiosos estava se articulando para passar um abaixo-assinado.

Sabem o motivo da reivindicação?

Solicitar a retirada do recém inaugurado monumento na entrada da cidade, ali perto do estádio de futebol...

Vocês por acaso já viram?

Trata-se de uma pirâmide com as inscrições "Fraternidade", "Liberdade" e "Igualdade", uma em cada lado. Essas três palavras são o lema da república francesa, tão famosas no mundo inteiro após a revolução - Liberté, Égalité, Fraternité. Há também um desenho com a figura de um compasso e uma régua.

Pra quem não sabia disto, este é o símbolo da Francomaçonaria, ou simplesmente Maçonaria, uma religião fundamental na consolidação da república brasileira e que igualmente tem presença forte em nosso município.

Qual foi minha surpresa quando, numa compra de tecidos para figurinos do teatro, ouvi de soslaio o papo do disse-me-disse: "É, vocês viram? Ouvi dizer que tem um grupo da igreja que vai organizar um abaixo assinado para pedir para retirar".

Mas ora vejam! Não é estranho que o brasileiro ainda tenha esse tipo de preocupação? Será que ainda há gente que não se acostumou à ideia (ou melhor, ao "fato") de que o Brasil é multiétnico, multicultural e exemplarmente sincrético em sua infinidade de religiões? Como pode um país que comporta um sem número de manifestações há tanto tempo, ainda demonstrar coisinhas deste tipo?...

Ah, se estivéssemos falando de Portugal, ou do Iraque, ou de China, países fundamentalistas em suas fés, até tudo bem, dava para passar... Mas Brasil?

---

Que seja bem-vinda mais esta escultura merecida em Cachoeiras, saudações aos Maçons e minhas humildes lembranças ao Grande Arquiteto do Universo! Viva nossa própria diversidade!