sexta-feira, 4 de junho de 2010

A escultura da Maçonaria

A última que ouvi de interessante na cidade é a de que um grupo de religiosos estava se articulando para passar um abaixo-assinado.

Sabem o motivo da reivindicação?

Solicitar a retirada do recém inaugurado monumento na entrada da cidade, ali perto do estádio de futebol...

Vocês por acaso já viram?

Trata-se de uma pirâmide com as inscrições "Fraternidade", "Liberdade" e "Igualdade", uma em cada lado. Essas três palavras são o lema da república francesa, tão famosas no mundo inteiro após a revolução - Liberté, Égalité, Fraternité. Há também um desenho com a figura de um compasso e uma régua.

Pra quem não sabia disto, este é o símbolo da Francomaçonaria, ou simplesmente Maçonaria, uma religião fundamental na consolidação da república brasileira e que igualmente tem presença forte em nosso município.

Qual foi minha surpresa quando, numa compra de tecidos para figurinos do teatro, ouvi de soslaio o papo do disse-me-disse: "É, vocês viram? Ouvi dizer que tem um grupo da igreja que vai organizar um abaixo assinado para pedir para retirar".

Mas ora vejam! Não é estranho que o brasileiro ainda tenha esse tipo de preocupação? Será que ainda há gente que não se acostumou à ideia (ou melhor, ao "fato") de que o Brasil é multiétnico, multicultural e exemplarmente sincrético em sua infinidade de religiões? Como pode um país que comporta um sem número de manifestações há tanto tempo, ainda demonstrar coisinhas deste tipo?...

Ah, se estivéssemos falando de Portugal, ou do Iraque, ou de China, países fundamentalistas em suas fés, até tudo bem, dava para passar... Mas Brasil?

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Que seja bem-vinda mais esta escultura merecida em Cachoeiras, saudações aos Maçons e minhas humildes lembranças ao Grande Arquiteto do Universo! Viva nossa própria diversidade!

3 comentários:

  1. Já pensaste que podem haver portugueses, iraquianos e chineses que por acaso vieram parar ao teu blog, e, acham que não deves falar de coisas sobres as quais não tens conhecimento de causa? Aqui nem é uma questão de causa é preconceito. Portugal também está em 2010, não parou em 1980. E acho que a questão se põe de outra forma: "como pode alguém defender com convicção uma religião em particular?". É mais fácil defender a abolição de todas e não aceitar as limitações que cada uma impõe as seus praticantes. Ao longo dos tempos as religiões levaram ao fanatismo, ao preconceito, ao estagnação de ideias e ideais, à divisão de classes, sexos, etnias, da pior das formas - hierarquizando-as. Quanto à escultura em causa só acho que não deve ser "patrocinada" por dinheiro público, defendendo essa mesma diversidade.
    Cumps

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  2. è verdade... desculpem-me os portugueses, iranianos e chineses... Sei que não são países completamente fundamentalistas, mas quis me expressar desse jeito pela forma com que sua imagem cultural chega até nós, brasileiros da massa, através da grande mídia.

    Claro que nenhum país é exclusivamente praticante de uma só fé! Há diversidade em todos... mas temos que convir que como há no Brasil, poucas vezes se vê...

    E sobre a escultura, de certo que não foi patrocinada por dinheiro público... senão, eu seria o primeiro a chiar! =)

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