segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um chatíssimo texto sobre liderança (rsrs): NÃO PRECISA LER, deixei aqui só por registro mesmo! =)


OU:
Quando chega o momento de ter ÍMPETO
O líder é um ponto de referência para onde todos canalizam sua atenção, ou seja, sua energia vital.


Existe um pequeno problema em se tornar uma liderança popular. Você passa a ser um alvo em potencial. Você passa a ser um alvo das pessoas que são contra o que você prega, mas também se torna um alvo das pessoas que te seguem - aquelas que concordam com você.

Explico:

Na posição de líder, seus ditos "inimigos" (na maior parte das vezes não por sua escolha, mas pelo fato de que eles mesmos não admitem seus posicionamentos pessoais e optam por demonizá-lo a qualquer custo), descarregam em você rajadas de vibrações negativistas, votos de insucesso e tempestades de cólera - porque enxergam nos seus posicionamentos (do líder) algum tipo de ameaça ao seu próprio império particular, às suas ambições particulares.

Geralmente, conflitos desta natureza nascem do embate com outros líderes - ou pretensos a sê-lo. Visões diferentes volta e meia entram em choque - e é só pelo embate direto que essas diferenças são postas em questão.

No outro lado da toada, uma liderança popular acaba sofrendo por um viés que a princípio não considerava possível, mas que o afeta igualmente: seus próprios aliados, aqueles que fomentam as mesmas questões ideológicas que você, acabam se tornando - também - geradores de energia pesada que é descarregada sobre o líder: ansiedade, expectativa, cobrança, alienação de sua própria responsabilidade, e por aí vai...

Quando a batalha por alguma conquista relevante se apresenta, o líder, às vezes, por mais que tente manter sua linha de atuação regular e previsível (para seus aliados, ao menos), se vê obrigado a ter uma atitude mais frontal, a desferir um golpe mais vigoroso, a considerar um caminho menos previsível.
Em suas qualidades de liderança, esconde-se uma que é pouco reconhecida e que por isso causa estranheza a seus próprios aliados: o ÍMPETO, ou seja, a autonomia de ações.

Causa estranheza porque, até certa altura, era justamente a previsibilidade e retidão do líder que faziam dele uma figura a ser venerada e seguida por outros. Era sua capacidade de aquietar-se nos momentos de conflito que inspiravam a confiança de seus seguidores.

Entretanto, o líder, em suas difíceis decisões estratégicas - mesmo considerando a opinião daqueles que sempre o cercaram - acaba tendo que escolher um próximo passo vigoroso ainda que a despeito da "segurança" social que os seus lhe haviam colorido. Se os seus enxergam nele uma reserva eterna de previsibilidade e até mesmo uma certa negação ao conflito, o líder, por sua vez, uma vez tendo se imbuído dos valores que lhe tornaram liderança, não pode se furtar a esses mesmos valores quando seu coração o convida ao embate.

Se acredita que a justiça está acima de nossa comodidade pessoalista, vê-se obrigado moralmente a ser justo - e não apenas a discursar sobre justiça...
Se crê que a coletividade está acima de nossa miudeza individualista, vê-se impelido moralmente a lutar pelo que é direito do coletivo - e não apenas a discursar sobre direitos...

De tal maneira, que, após reunir os argumentos e valores que serão seu elmo e escudo numa próxima batalha sem término previsível, o líder - que nos momentos de conflito não sabe se poderá contar com todos os admiradores que lhe foram fiéis até o momento (pelo simples fato de que nem todos são líderes e nem todos são chegados ao combate) - cavalga seu próprio destino e lança-se ao desafio de lutar sem nem ao menos saber se a violência do combate agradará aos seus, que tanto lhe veneram...

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Alguns não se agradarão, por entender em atos "imprevisíveis" um certo desvio da conduta com a qual o líder se apresentava até então aos seus liderados.

Outros até se afastarão, por medo de que o líder tenha enlouquecido em seus anseios por liberdade.

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...Entretando, algumas coisas PRECISAM ser feitas e apenas um líder desprovido mesmo de sua própria reputação com os seus, seria suficientemente audaz para empreender tais feitos. Afinal, de que adianta manter uma imagem irremediavelmente perfeita e previsível para com seu círculo de seguidores - correndo o risco de que esta imagem esteja a ser mais importante que os valores "discursados" por todos - e nos momentos de embate furtar-se à imprevisibilidade da batalha por nunca ter considerado que certos passos são dados à sorte do Destino?... E não serão justamente estes passos decisivos os que ao final lhe configurarão como atos de uma liderança real (e não apenas comodamente discursada) ou de um louco desvairado e falso messias, caso sua estratégia tenha falhado?

Se funcionar, ou se ruir, são lados opostos de uma mesma moeda chamada ÍMPETO.

Se fica na história como herói ou como louco, não importa. O líder poderá dormir em paz porque fez o que clamava seu coração - e é a ele que deve respeito; e é por ele que se tornou uma liderança.

Seguro meu maracá e vou pela floresta incógnita da vida!


Wellington Lyra,
com gripe, adoentado com várias coisas há mês,
recebendo cargas energéticas de tudo e de todos,
em processo de mutação,
feliz por servir de ponte para novos mundos.
=)

7 comentários:

  1. Impressionante como o texto não disse absolutamente nada do que eu pretendia quando comecei a escrevê-lo...!

    Bom, fica pra outro post, então...

    Que posso eu contra minha própria falta de foco?

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  2. "Estava triste, borocoxô!
    Um sabiá apareceu e me chamou!
    Trouxe um recado de alegria.."

    Pensa no sabiá!! =D

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  3. Quando eu ler, eu comento de verdade...rs

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  4. Jesus, "é preciso estar atento e forte", gostei das reflexões e partilho delas, sei o que tu sente....precisamos conversar...abraços e se cuida!!

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  5. Acho que essa fase está a ser a mais looonga em matéria de intempéries no meu campo vibracional...

    Devo ter aberto caminhos demais e esqueci de me proteger... Pra quem "sente" muito a vibração das pessoas e dos ambientes, qualquer sacolejo mais vigoroso é realmente uma pequena tortura... Mas tá valendo! Quanto mais me ralo, mais crio calo - e com a sola grossa, piso mais firme!... rsrs

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  6. Ser líder é faca-de-dois-gumes. Temos um universo de 360°. Situações que podem ser explícitas e coisas que precisam ficar ocultas. Faz parte da estratégia, faz parte do sucesso. Divergências sempre vão existir, mas quando dominamos o assunto e sincronizamos argumentos e contra-argumentos podemos chegar à resposta da melhor decisão. Isso que é a busca do líder. Não é jamais fazer do seu ponto de vista a salvação monolítica da pátria, e sim descobrir com todas as divergências a melhor decisão que alcançará a melhor resposta. Isso não é para amadores, é desgastante e exigente. Mostrar que uma decisão foi a melhor tomada é fácil depois de se obter resultado, mas mostrar que uma decisão vai ser a melhor saída é preciso muito domínio, conhecimento e comprovação (tem que mostrar por A + B). Por isso as máximas: “Planejar, organizar, dirigir e controlar”.

    Líder forma líder. Por isso os princípios de: “Missão, Visão e Valores”. Os liderados precisam saber o que o líder defende, em que acredita, onde quer chegar e quais os meios. Assim poderão contribuir para sanar pontos fracos e abraçar a causa com a mesma visão do líder. Na realidade cada um se tornará líder de si mesmo em busca do objetivo comum.

    Os liderados têm como referência o líder, certo? E o líder, tem como referência quem? No final respondo.

    No filme Gladiador, teve uma cena e uma fala muito bacana. O velho que pegou o protagonista e o prendeu para levá-lo ao Coliseu junto com outros homens para atuarem naquele “teatro-de-verdade”, antes do Gladiador entrar no Coliseu o velho lhe disse: “Se quer sair vivo e vencedor é preciso conquistar a multidão.”

    Liderança é isso; é conquistar a multidão. É fazer dela sua aliada na defesa dos melhores interesses; não os seus, mas os melhores. Líderes assim nunca morrem, ainda que o corpo padeça, a memória sempre será lembrada e sempre será motivo de inspiração por gerações e gerações.

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  7. Ser imprevisível é uma das características de líder, pois mostra que saiu da dimensão de liderado para dimensão de líder. Ou seja, ele enxerga além. Isso o torna imprevisível pois as ações que ele tomará não será para combater efeitos, que é o que os liderados enxergam e sentem, mas sim tomará ações que combaterão as causas. O que poucos enxergam e por isso fracassam.

    Ter inimigos também é característica de líder, e aniquilá-los é a última melhor estratégia. Dominá-los e agregá-los aos seus é a melhor das estratégias. O caminho para dominá-los é conhecê-los, de preferência mais do que eles a si mesmos e atacar suas estratégias. Assim se vence praticamente sem luta corpo-a-corpo. Por isso se diz: “Aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota; para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais; aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas”. Sun Tzu.

    Um General dizia: "Pratica as artes marciais, calcula a força de teus adversários, faz que percam seu ânimo e direção, de maneira que ainda estando intato o exército inimigo, fique imprestável: isto é ganhar sem violência. Se destruíres o exército inimigo e matares seus generais, assaltas suas defesas disparando, reúnes uma multidão e usurpas um território, tudo isto é ganhar pela força."

    Para ter aliados fieis e prontos para trabalhar em favor da sua missão, visão e valores o líder deve deixar bem claros estes fatores, dessa forma o líder estará bem colocado e seus liderados não estarão confusos e nem desorganizados. Aí está o significado da expressão: "Lançar a desordem e a confusão em suas próprias fileiras é oferecer um modo seguro para a vitória do inimigo".Sun Tzu.

    Respondendo a pergunta: “O líder tem como referência quem?” Segue a resposta: “O líder tem como referência cada liderado, que representa cada parte de um corpo inteiro.” Por isso é ótimo que haja diferenças. Se todos fossem cabeça como o corpo iria andar; se todos fossem pés, como iria pegar; se todos fossem boca, como iria enxergar...? Aqui há uma discordância minha quanto a sua última frase. Não acho “o coração” a referência de paz para o líder, pois “o coração” é pouco para o verdadeiro líder. Mas a referência de paz se dará quando o que ele fizer for seu máximo para o bem de vários corações.

    Meu amigo, parabéns pelo texto! Sem foco? Não achei.

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