sábado, 7 de novembro de 2009

Eu morei em Portugal, um dia


Dedicado a Antoninho, José, Francisquinho, Clarinda, Clarinha, Andreia, Mafalda, Sarinha, Cristina, Emídio, Sónia, Maria, Daniela, Thiago "Tó", sr. Erik, como é mesmo o nome das tias? Teresinha, ...Estrela (cachorro), Bruxinha e Caçula (gatas). Ah, a Marina tb!

Eu cheguei a morar em Portugal, uma vez.
Fui pra lá de avião (óóóbvio!), fazendo escala em São Paulo e Zurich (Suíça). Na Suíça inclusive vendia-se preservativos masculinos no banheiro, tipo aquelas maquininhas para comprar refrigerante, sabe?

E o papel higiênico na Suíça é a mesma coisa que no Brasil. Até enviei um pedaço para o meu amigo Bruno (Braga) para comprovar essa importante constatação.

Daí morei por três meses em uma cidadezinha chamada "Agrela", no interior da região do Porto. Se vocês tiverem curiosidade, procurem "Casa de Agrela" no Google Earth. Eu que adicionei lá! rs. Dá pra ver o tamanho da propriedade em que estive instalado, um sem fim de casas, adega, quintais, roseiral, lago, poço, estábulo... Tá tudo lá.

Lá me chamavam de "Wally". O senhor Erik (Alfred Hermann Bluemel, um simpaticíssimo austríaco com alma brasileira) dizia que eu era muito parecido com o personagem da série "Onde Está Wally?". E adorava mexer comigo pelo fato de eu viver fazendo "apontamentos" em meu caderno.

Bem, continuando...

Eu cheguei a morar em Portugal. Por três meses.

E a princípio ficaria por muitos anos depois disso, mas acabei nem casando com uma portuguesa e nem arranjando nenhum emprego, o que me fez retornar pra casa.

(Claro, para quem conhece a minha história nesse período, isso aqui é só um resumo ultrasuperficial que não revela nem uma ponta do iceberg de experiências de vida pelas quais passei na terrinha, e que muito provavelmente nem nunca relatarei em um blog como esse, mas serve pelo menos para manter viva uma parte de minha memória. Na verdade é a primeira vez que registro isso; e vocês não têm noção do quanto isso é importante para um canceriano como eu!)



Uma vez conheci a cidade do Porto. Com um mapa na mão. Creio que tenha sido umas das vivências mais intensas da minha vida. E uma das mais deslumbrantes também.


Vila Nova de Gaia, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Armesinde, Vila Nova de Cerveira, Porto, Guimarães. Não fui a mais lugares nem tirei mais fotos porque achava mesmo que ia passar longos anos por lá!... e que haveria tempo menos corrido para tudo isso.


Voltei.

No retorno, escalas em Lisboa, Zurich, São Paulo e finalmente desci no Rio, amparado pelos braços carentes de irmãos, amigos, pai e mãe.

Era um pedaço deles que retornava, cheio de sotaques lusófonos e "tus" e "vós".
Era um pedaço de mim que ficava na Europa, a um oceano de distância de cá.
Era um pedaço da minha vida que às vezes parece que nem existiu, ou melhor, nem podia existir, não tão cedo, pelo menos.

Mas existiu. E me impressiona lembrar que estive lá, tão imaturo.

E imerso em minha própria felicidade, não tive tempo de acordar de um sonho e perceber que viver é igual em qualquer lugar do mundo. O que muda, se é que muda, é o tempo que demora para acostumarmos à paisagem até que fique cinza de novo. E novamente temos que fazer um esforço para redescobri-la, recriá-la...

O que trouxe de lá? Um tapete, umas fotos, uns apontamentos, e um profundo respeito pela forma misteriosa que a vida tem de nos ensinar.




4 comentários:

  1. Essa foi uma experiência única.... pra vc tão grande quanto a de todos q te esperavam ansiosos de volta... mas foi única...

    É mto bom "ler" vc....!

    Bjo, amo vc, primo!

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  2. Não sabia dessa tua viagem. (Aliás, o que diabos eu sei da tua vida, né?) Conta mais aí, por favor. A gente finge que não leu.

    Eu tenho vontade de passar um tempo em Portugal também, já o sangue lusitano corre em minhas veias.

    E, ei, você não trouxe um vinho do Porto, não?

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  3. Pôô... nem fala!
    Depois que experimentei o vinho do Porto, nunca mais consegui beber vinho na minha vida - sério!!

    Fica a impressão de que isso que a gente bebe comumente por aí é suco com gosto lascante, mais nada. Vinho do Porto é oooutra coisa!... =)

    Raphael: Ficção nada! Eu tenho provas!! =P

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